Notícias | 01 de setembro de 2015 16:03

Corregedores de Justiça elaboram Carta de Intenções no encerramento do 69º Encoge

Reunidos na cidade do Rio de Janeiro nos dias 26, 27 e 28 de agosto, os corregedores dos tribunais de Justiça do país debateram e propuseram medidas de aperfeiçoamento do Judiciário brasileiro, durante o 69º Encontro do Colégio Permanente de Corregedores-Gerais dos Tribunais de Justiça (Encoge). Como resultado, foi elaborada e assinada a Carta do Rio de Janeiro, documento que reúne metas futuras e deliberações feitas durante o Encontro que deverão ser seguidas pelas Corregedorias Gerais de Justiça. A carta será encaminhada à Corregedoria Nacional de Justiça.

A corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, prestigiou o encerramento do Encontro, ressaltando a importância de reunir corregedores de todo o país para o debate de melhorias para o Judiciário.  “O corregedor tem como principal papel o de auxiliar magistrados no desempenho da função jurisdicional. A questão do desvio funcional deve sim ser cuidada, mas o principal, a meu ver, é socorrer a todos os colegas que precisem de ajuda no desempenho da função, com o objetivo de criar um sistema de jurisdição mais humanizado e próximo aos padrões que o cidadão merece”destacou a ministra.

Carta

Ao final de cada edição do Encoge, os corregedores elaboram um Protocolo de Intenções através do qual são estabelecidos normas e procedimentos que deverão ser seguidos pelas Corregedorias Gerais de Justiça de todo país. A carta recebe o nome da cidade que sediou o evento.

Segue na íntegra a Carta do Rio de Janeiro.

CARTA DO RIO DE JANEIRO

O COLÉGIO PERMANENTE DE CORREGEDORES-GERAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL, reunido na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2015, ao término dos trabalhos do 69º ENCOGE – ENCONTRO DO COLÉGIO PERMANENTE DE CORREGEDORES-GERAIS DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL, deliberou o seguinte:

1) CRIAR Comissão de Corregedores-Gerais para atuar junto ao CNJ, objetivando a adequação das disposições do novo Código de Processo Civil às realidades dos Tribunais Estaduais e de suas Corregedorias;

2) PROPOR a dilação do prazo de vacatio legis do novo Código de Processo Civil;

3) REPUDIAR a PEC 471/2005 que, contrariando as decisões do STF, permite aos responsáveis e substitutos que sejam efetivados nas atuais delegações extrajudiciais sem concurso público;

4) APOIAR a aprovação do PL do Senado 368/2013, que dispõe sobre a demarcação e a legitimação de posse para fins de regularização fundiária rural de interesse social de áreas ocupadas por agricultores familiares;

5) MANIFESTAR frontal contrariedade a qualquer iniciativa de edição de ato normativo infraconstitucional visando à transferência de atividades de Registros Públicos à iniciativa privada ou outros órgãos públicos, excluindo-as do sistema constitucional (art. 236, CF) em que sua fiscalização, controle e regulamentação competem exclusivamente ao Poder Judiciário (PL 1775/2015; Rep. Geral – STF/RE 611.639/RJ; ADIs 4.333 e 4.227).

6) REPUDIAR qualquer tentativa de interferência nas atividades das Corregedorias estaduais através de órgão estranho à ordem constitucional;

7) APOIAR a iniciativa da Associação Nacional de Desembargadores – ANDES e conclamar o Presidente do Supremo Tribunal Federal a observar o princípio da simetria quanto a idade da aposentadoria compulsória a todos sem qualquer distinção.

8) APOIAR a proposta de minuta de Provimento apresentada pelo Min. Herman Benjamin para as Corregedorias Gerais que ainda não possuem norma sobre a averbação da reserva legal.

9) INCENTIVAR a criação de assessoria de comunicação nas Corregedorias Gerais de Justiça com a finalidade de fortalecer a atuação institucional do Poder Judiciário junto à sociedade.

10) ADERIR ao Sistema Nacional de Informações de Registro Civil – SIRC.

11) INCENTIVAR iniciativas de apoio e monitoramento que visem alcançar a celeridade na tramitação e a valorização da jurisdição das ações civis públicas e ações de improbidade administrativa.

12) APOIAR a iniciativa da AMB na luta para aprovação da PEC 63 que trata do adicional por tempo de serviço para a Magistratura Nacional.              

 

Rio de Janeiro, RJ, 28 de agosto de 2015.

Desembargadora NELMA CELESTE SOUZA SILVA SARNEY COSTA

Corregedora-Geral da Justiça do Estado do Maranhão

Presidente do Colégio Permanente de Corregedores-Gerais dos Tribunais do Brasil

Desembargadora MARIA AUGUSTA VAZ MONTEIRO DE FIGUEIREDO

          Corregedora-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: CGJ